Um presente Divino da Natureza, tão necessário para a vida! Tem sido contaminada de todas as maneiras possíveis e dela depende nossa saúde e nossa vida!
Hoje é necessário que trabalhemos todos juntos para purificá-la.
(Pedro J. Azuaje)
A água já foi comparada ao Espírito até mesmo no Evangelho Sagrado, denotando assim toda a sua importância:
“Em primeiro lugar, ouviram a palavra e, depois, receberam o Espírito Santo, nascendo assim da água e do Espírito (João 7:37 a 39).”
Nesta citação retirada da Bíblia, notamos o próprio Espírito Santo sendo comparado com água. E vemos que nos rituais de batismo os que aceitam a palavra de Jesus, são banhados em água respeitando os ensinamentos dos escritos bíblicos e ainda usando a água como simbologia dada a importância vital deste elemento da natureza.
“Quem beber da palavra de Jesus se transbordará, receberá o Espírito Santo, e, também, como Jesus, então fluirá de si próprio em palavras de vida eterna. De seu ventre gerará o próprio Jesus para que outros possam dele beber. Rios de água viva...”;
É o mesmo Jesus que proclamará:
“Se alguém tiver sede venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva” Cf. Jo 7, 37- 38 .
E o evangelista acrescenta:
“Ele falava do Espírito que haviam de receber os que cressem nele”.
Enquanto Jesus não faz sua páscoa, sua passagem da morte para a glorificação, o Espírito não se faz sentir. Mas em todo aquele que escuta sua Palavra, o Espírito abre o livro da Revelação e faz acontecer à nova criatura, nascida da água e do Espírito.
A simbologia atrelada às águas primordiais, presentes no caos primeiro antes da fundação do mundo (Gênesis 1,1-2) é um dos mais fortes e evocativos símbolos para a linguagem da criação do mundo e da humanidade, é o início de tudo, a água explicitada como início. Essas águas – “ainda não separadas da terra”, demonstrando assim a ordenação cósmica do Criador – “são vivificadas pelo Espírito Santo de Deus que paira sobre elas”, nesta citação podemos observar também que os ensinamentos bíblicos, colocam o Espírito de Deus vivificando – dando vida, qualificando o elemento água como fonte de vida, com seu pairar – com a sua vibração.
Notamos que desde sempre o símbolo da água é estreitamente ligado ao Espírito de Deus, que é Espírito de vida, que suscita as coisas que não são para que sejam, a água íntima da espiritualidade:
“pairando sobre o caos primitivo, é como uma grande ave que “choca” o ovo do mundo antes que esse exploda em vida nas suas mais variadas formas.”
(Maria Bingemer - Teóloga)
Nós recebemos a responsabilidade maior a autoridade de sermos a imagem e semelhança do Deus Criador. Como um espelho d’água que reflete o céu – toda a sua luz; a consciência humana, o espírito humano reflete a ação criadora (ou destruidora) do homem no planeta.
Educação, informação e o compromisso são as bases para se apostar no futuro; buscar melhorar a vida é buscar iluminar ou, buscar se educar, entender, se informar, procurar saber dos fundamentos, das raízes, das origens para não profanar, poluir, desvirtuar ou desvalorizar. A vida precisa de respeito e união.
“Se o espelho se turva, algum dos elementos do cosmos – por exemplo, a limpidez das águas, - fica turvo também o seu reflexo. Assim como a água representa simbolicamente o recanto inconsciente do espírito humano onde as memórias rejeitadas são alojadas e a origem primordial dorme esquecida, nós – seres humanos - fizemos dela o depósito da impureza e da poluição que produzimos ao longo da nossa história.
Falta água limpa e salubre para aplacar nossa sede, falta consciência para zelar, preservar e despoluir nossas fontes e reservas de água de superfície e subterrânea. Mesmo nossas águas subterrâneas guardadas por milênios, conseguimos poluir. A poluição invisível das águas profundas - ainda mais grave e de difícil reversão é a face escondida do quadro de degradação observada nas águas de superfície. E mesmo as chuvas que purificam as águas, em algumas regiões do planeta, tornam-se ácidas como resultado da poluição do ar.”
(Maria Bingemer - Teóloga)
Na falta de vida e destruição que estamos espalhando pelo Planeta, provamos que há muito tempo perdemos o contato espiritual com a água e por conseqüência deste distanciamento, perdemos o contato com o elemento físico da mesma água. Como contato espiritual, entendemos a compreensão profunda da natureza simbólica da água, a demonstração de respeito e cuidado, o que nos faz tratar com responsabilidade e senso lógico o recurso precioso.
A água é a matriz de todos os processos circulatórios, dotada de plasticidade, adaptabilidade a todos os espaços e relevos, elemento sensorial por excelência, meio privilegiado de trocas, misturas e encontros seja no meio externo ou interno. Diante da perda de contato com a dimensão simbólica e espiritual da água, não é difícil perceber a razão pela qual a crise mundial da água espelha a crise de consciência da nossa civilização, que tem profundas raízes espirituais.
A banalização de todos os assuntos é a saída hoje encontrada pela nossa sociedade para os problemas constatados. Esta ação apenas ajuda no processo de degradação a que estamos assistindo e contribuindo. A banalização seja por meio de piadas, minimização do assunto, tratar o problema como ridículo; apenas é um sintoma do distanciamento da consciência humana a cerca da sua própria responsabilidade, é o desespero sendo coberto apenas com um manto tênue da ilusão de que tudo é como antes e assim vai durar para sempre, todas as imagens que vemos e dados que recebemos são ameaças remotas.
“Curar a terra significa primeiro curar a si mesmo”. Curar a terra ou curar a água é, antes de tudo, mudar o olhar sobre si mesmo, sobre os outros e sobre as coisas ligadas, pois tudo se liga. A observância efetiva da situação e a crítica sobre as próprias ações é uma prática que devemos despertar e cultivar dentro deste novo padrão.
“Nós não somos um elemento ou um componente da terra ou da sociedade dos seres vivos, mas um constituinte interativo de um conjunto, de uma totalidade. Isto muda tudo, permite que tudo possa ser trocado, tornando a vida mais rica e harmônica.”
(Demetrios Christofidis - Doutor em Gestão Ambiental / CDS – UnB)
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