Na atualidade o mundo vive uma proposta de “mudança de filosofia de vida”, bem estar, viver bem consigo mesmo e com o outro, viver em harmonia com o meio-ambiente e com o universo. Tudo isso parece novo, mas, na verdade, estamos vivenciando um regresso à consciência maior, às nossas verdadeiras origens. O reencontro com a natureza e seus elementos é necessário. A busca do homem é antiga e hoje está cada vez mais apressada. A harmonia pretendida passa pela compreensão de conceitos abandonados por nós em nome do desenvolvimento urbano e da modernização das sociedades.
Em meio a tanto avanço, tanta evolução, o homem hoje pode “recriar” em laboratório um quase tudo em material eletrônico, sintético e outras maravilhas que brotam das brilhantes mentes humanas. Mas toda essa artificialidade não garante a boa saúde, a harmonia e o bem estra; na verdade até contribui para degenerar tais propostas. Com tantos apelos externos, estamos cada vez mais voltados para este espaço fora dos limites do nosso corpo de matéria densa – o ambiente ao redor – mas não no sentido de preservá-lo ou garantir a nossa interação harmônica, não... Estamos preocupados em como podemos usufruir dele. Como este ambiente pode nos servir? O que se pode tirar dele?
E assim, com essa visão mesquinha, seguimos adiante sugando e destruindo tudo que encontramos pela frente na ilusão de poder recriar ou mesmo fazer melhor...
Nós a raça humana, animais evoluídos, não identificamos mais com clareza as necessidades do nosso corpo: os cheiros chegam distorcidos e obedecem a uma convenção, um padrão que não mais define um cheiro como agradável ou desagradável e porque, mas sim, que assinatura ele carrega; os gostos também são distorcidos com aditivos nada leves, açucaramos, salgamos, conservamos, colorimos tudo artificialmente com substâncias maravilhosas feitas ou isoladas em laboratório; os olhos só sabem enxergar dentro de quadrados, com controle remoto, teclado e, de preferência, em pixels (muitos pixels...); o tato mal toca a própria pele (quando toca...); os ouvidos ouvem tanto e tão alto que se parar de desempenhar a sua função será um alívio.
Perante tantas citações breves de situações a que estamos expostos, surge a indagação: no que nos transformamos? Pra que direção leva tanta correria? Acabamos com os recursos que nos matem vivos e não sabemos o preço real dessa atividade frenética.
Atacamos a nossa saúde quando nos distanciamos da nossa essência quando, em nome de um desenvolvimento ou por pura ignorância, poluímos, desgastamos, degradamos, adulteramos os elementos que fazem parte da nossa constituição: a terra, o ar, o fogo e a água. Tais elementos se manifestam em toda parte na natureza e também em cada corpo humano e são os níveis equilibrados desses elementos que nos mantêm saudáveis. Na Medicina Ayurvédica, são estes elementos que determinam os doshas e que manttêm o equilíbrio ou entra no desequilíbrio do nosso corpo. Dentre os elementos vitais, a água ultrapassa a necessidade humana que se manifesta na sede. Precisamos de água dentro e fora do corpo, para manter os ambientes limpos, a nossa própria assepsia, no preparo de alimentos, na fabricação de vários produtos etc. Experimentar um dia apenas sem utilizar a água em nada é o desespero de qualquer pessoa.
O elemento água exerce uma importância sem igual para a vida, não é sem razão que o nosso corpo em sua composição tem em média 70% de água e o planeta Terra também, porém, dos 70% da Terra apenas 3% é potável (água compatível com as características de nosso corpo, mineralizada e energizada – água para ingestão, os demais 97% é de água salgada e ainda parte dos 3% está contaminada). A porcentagem de água no organismo humano diminui ao longo da vida, podemos comparar o envelhecimento a um processo de secagem; atualmente existem várias pesquisas que constatam a diminuição da porcentagem de água no planeta. Nós precisamos de água e o planeta Terra também, para continuar vivo e para que assim, continuemos tendo morada.
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