terça-feira, dezembro 11, 2012

Mudras



Os deuses orientais são representados quase sempre através de figuras em poses graciosas, descrevendo gestos com as mãos ou mesmo com todo o corpo. Tais gestos e posturas não são casuais e tem uma denominação especial, específica - mudras.


A palavra "mudra" possui vários significados: gesto, posicionamento místico das mãos, símbolo, selo, chave. Além de representar plasticamente certos estados ou processos de consciência, os mudras podem também nos conduzir às dimensões que eles simbolizam.

Segundo a estudiosa Ingrid Ramm-Bonwitt, provavelmente os mudras se originam na dança indiana, que é considerada uma expressão da mais elevada religiosidade e nos revela uma espécie de metafísica do gesto, uma linguagem do corpo na qual pensamentos e sentimentos são expressos simbolicamente. O movimento de todo o corpo, a postura da cabeça e do tronco, a posição dos braços e a modulação das mãos assumem o lugar da palavra. Alegria, triunfo, solicitação do amor, saudade, resignação, ira, medo, e assim por diante, ganham expressão através de gestos estabelecidos (mudras) precisos. A presença dos mudras é tão significativas na tradição indiana que um dançarino é capaz de expressar uma lenda por completo apenas através das posições das mãos e dos movimentos dos olhos. Ao analisar as figuras de seus deuses, podemos desvendar suas principais atribuições através de seus gestos e posturas; para exemplificar, tomaremos as representações do Buda indiano.

A arte budista primitiva não representava plasticamente o Buda em respeito a um de seus princípios, segundo o qual a forma - o mundo material - não era importante. Mas, em 325 a.C., os exércitos de Alexandre Magno invadiram a Ásia, trazendo consigo os hábitos dos gregos, para quem não era possível adorar um deus do qual não tivesse uma imagem. Envolvidos pela cultura grega, os artistas da região Gandhara (ao Norte do Paquistão) criaram Budas à imagem e semelhança dos Apolos gregos, respeitando porém, alguns traços descritos nas escrituras sagradas, como a urna, os lóbulos longos das orelhas e o crânio proeminente. A urna é representada por um ponto ou pedra preciosa entre as sobrancelhas e simboliza o terceiro olho ou o olho da sabedoria; os lóbulos alongados indicam o uso de brincos pesados e preciosos, abandonados por Buda num gesto de renúncia às riquezas materiais; a protuberância craniana, interpretada às vezes como um penteado diferente pela cultura ocidental, simboliza sabedoria.

A partir da iconografia recolhida sobre Gautama Buda, ficaram conhecidos seis (6) gestos típicos de mãos na representação do Deus:

• Segundo a lenda, o gesto da meditação (Dhyani-Mudrá) reproduz sua atitude quando, sentado, sob a árvore bodhi (figueira - também conhecida como "árvore da meditação"), mergulhou em profundo estado meditativo. As mãos repousam relaxadas, uma dentro da outra, enquanto a consciência do presente é suspensa. Através desse mudrá, Gautama Buda chegou ao nirvana, estado superior. Os manuscritos relatam que ele conservou a postura por mais de quatro (4) semanas, com o corpo completamente imóvel.

• O segundo mudra é conhecido como gesto da iluminação ou gesto do apelo das testemunhas (Bhumisparsha-Mudrá). A mão direita toca o solo com as pontas dos dedos, enquanto as costas da esquerda repousam sobre os pés cruzados um sobre o outro. Depois de atingir o nirvana, Buda teria sido tentado por Mara, o Deus do Mal, que ofereceu suas belas filhas, o domínio sobre o mundo, e até mesmo sua própria vida, para que pudesse experimentar também o nirvana. Ante as negativas de Buda, tentou convencê-lo do quão difícil seria transmitir seus conhecimentos à humanidade cheia de ignorância, ódio e desconfiança. Este apelo encheu de dúvidas o coração de Buda, mas resistindo à tentação, ele se propôs a não matar a fome de apenas um, e sim de todos - doravante atuaria como um mestre, para que outros pudessem encontrar a salvação. Numa última tentativa, Mara propôs-lhe que, como senhor de um mundo imaterial, Buda não teria direito sequer ao pequeno pedaço de terra sobre o qual estivera sentado. Mas, por suas boas ações em vidas anteriores, o mestre havia conquistado algum direito sobre aquele terreno. Assim, tocando no solo com a mão direita ele convocou a terra por testemunha; uma divindade se ergueu confirmando que ele havia cumprido com seus deveres e tinha direito de permanecer na Terra para anunciar sua doutrina.

• O terceiro mudra é conhecido como gesto de pregação ou gesto de girar a roda (Dharma-chakra-Mudrá). As duas mãos se encontram erguidas diante do peito, a esquerda acha-se voltada para o corpo, um pouco mais elevada que a direita, na direção oposta. Os polegares e indicadores se tocam formando um circulo. O gesto sugere que Buda, pela primeira vez, colocara em movimento a "roda da doutrina", proferindo seu famoso discurso de Benares, no bosque das gaselas, aos cinco díscipulos que o haviam abandonado. 

domingo, dezembro 02, 2012

Yoga Massagem Ayurvedica Tradicional - atendimentos

Em Salvador de 20/12/12 a 05/01/13, estarei atendendo e realizando sessões de Yoga 

Massagem Ayurvédica. Para os interessados entrem em contato para pegar o número em

Salvador, para o agendamento que já está sendo realizado e as vagas já estão no final.


Gratidão!!



sábado, dezembro 01, 2012

Meditação e Amor

OSHO


      "Toda a vida é feita de polaridades: positivo e negativo, nascimento e morte, homem e mulher, dia e noite, verão e inverno. Toda a vida consiste em opostos polares. Mas esses opostos não são apenas polares, são também complementares. Eles se ajudam um ao outro, dão apoio um ao outro.
      Eles são como tijolos que formam uma arcada. Os tijolos de uma arcada têm que ser colocados uns contra os outros. Parecem estar um contra o outro, mas é por meio da oposição deles que a arcada é construída, que ela permanece firme. A resistência da arcada depende da polaridade dos tijolos colocados em oposição uns aos outros.
      Esta é a polaridade máxima: meditação significa a arte de estar sozinho e amor significa a arte de estar junto. A pessoa completa é aquela que conhece ambas as artes e é capaz de se mover de uma para a outra com a maior facilidade possível. E exatamente como a inspiração e a expiração - não há dificuldade. Elas são opostas - quando vocês inspiram o ar, é um processo; quando expiram o processo é exatamente o oposto. No entanto, inspiração e expiração formam uma respiração completa.
      Na meditação, vocês inspiram; no amor, expiram. Com o amor e a meditação juntos, sua respiração estará completa, inteira, total.
      Durante séculos, as religiões tentaram atingir um pólo com a exclusão do outro. Existem religiões de meditação como, por exemplo, o jainismo e o budismo - são religiões meditativas, estão enraizadas na meditação. E existem religiões bhakti, religiões de devoção: o sufismo, o hassidismo - que estão enraizadas no amor. A religião baseada no amor precisa de Deus como o 'outro' a quem amar, a quem rezar. Sem um Deus, a religião de amor não consegue existir, é inconcebível - vocês precisam de um objeto de amor. Porém, uma religião de meditação consegue existir sem o conceito de Deus; essa hipótese pode ser descartada. Por isso o Budismo e o Jainismo não acreditam em Deus algum. Não há necessidade de um outro. A pessoa tem apenas que saber como ficar só, como permanecer silenciosa, como ficar quieta, como estar absolutamente calma e quieta dentro de si mesma. O outro tem que ser completamente abandonado, esquecido. Por isso, essas são religiões atéias. 
      Quando pela primeira vez os teólogos ocidentais entraram em contato com as literaturas budistas e jainistas, eles ficaram bastante confusos: como chamar de religião a essas filosofias atéias? Poderiam ser chamadas de filosofias, mas como chamá-las de religião? Isso era inconcebível para os teólogos, pois as tradições judaico e cristã consideram que, para alguém ser religioso, Deus é a hipótese mais fundamental. A pessoa religiosa é aquela temente a Deus, mas os budistas e jainistas dizem que não existe Deus; Assim a questão de temer a Deus não existe. 
      No Ocidente, durante milhares de anos, pensava-se que a pessoa que não acreditava em Deus era um ateu, não era uma pessoa religiosa. Mas Buda era ateu e religioso. Essa idéia soava muito estranha para os ocidentais porque eles nem sequer imaginavam que existiam religiões que tinha como base a meditação.
      E o mesmo é verdadeiro para os seguidores de Buda e Mahavira. Eles riem da tolice das outras religiões que acreditam em Deus, porque essa idéia como um todo é absurda. É apenas fantasia, imaginação, nada mais; é uma projeção. Mas para mim, ambas são, ao mesmo tempo, verdadeiras.
      Minha compreensão não está baseada em um único polo; minha compreensão é fluida. Eu saboreei a verdade de ambos os lados: eu amei totalmente e meditei totalmente. Esta é a minha experiência: a de que uma pessoa está completa só quando conhece os dois polos. Senão, ela é apenas uma metade; algo fica faltando nela. 
      Buda é uma metade - Jesus também. Jesus conhecia o que é o amor, Buda conhecia o que é a meditação; mas, se eles se encontrassem, seriam impossível se comunicarem entre si. Um não compreenderia a linguagem do outro. Jesus falaria sobre o reino de Deus e Buda começaria a rir: 'Que absurdo é esse que você está dizendo? O reino de Deus?' Buda diria apenas: 'Cessação do eu, desaparecimento do eu'. E Jesus: 'Desaparecimento do eu? Cessação do eu? Isso é cometer suicídio, o suicídio máximo. Que espécie de religião é essa? Fale do Eu Supremo!'
      Um não entenderia as palavras do outro. Se alguma vez eles tivessem se encontrado, precisariam de um homem como eu como intérprete; caso contrário não haveria comunicação entre eles. Eu teria de interpretar de tal maneira que acabaria sendo infiel a ambos! Jesus falaria em 'reino de Deus', que eu traduziria por 'nirvana' - então Buda poderia entender. Buda diria 'nirvana' e, para Jesus, eu diria 'reino de Deus' - então ele poderia compreender.
      Agora a humanidade precisa de uma visão total. Nós já vivemos com visões parciais por muito tempo. Essa foi uma necessidade do passado, mas agora o homem amadureceu. Os meus sannyasins têm de provar que podem meditar e rezar ao mesmo tempo; que podem meditar e amar ao mesmo tempo; que podem estar tão silenciosos quanto possível e que podem celebrar e dançar tanto quanto possível. Seu silêncio tem de se tornar a sua celebração, e sua celebração tem que se tornar o seu silêncio. Eu lhes dei a tarefa mais difícil que já foi dada a um discípulo, porque esse é o encontro dos opostos. 
      E nesse encontro, todos os outros opostos vão se fundir e tornar-se um: Oriente e Ocidente, homem e mulher, matéria e consciência, este mundo e o outro mundo, vida e morte. Todos os opostos vão se encontrar e fundir-se por meio desse encontro, pois essa é a polaridade máxima; ela contém todas as polaridades.
      Esse encontro criará um novo ser humano - Zorba, o Buda. Esse é o nome que eu dou ao novo homem. E cada um dos meus sannyasins precisa fazer todos os esforços possíveis para se transformar nessa liquidez, nesse fluxo, de modo que os dois polos façam parte deles. 
      Assim, vocês terão sentido o gosto da totalidade. E conhecer a totalidade é o único meio para se conhecer o que é o sagrado. Não há outro meio"


                                               OSHO, Autobiografia de um Místico Espiritualmente Incorreto

terça-feira, novembro 27, 2012

Yoga Massagem Ayuvedica Tradicional

Em Salvador de 20/12/12 a 05/01/13, estarei atendendo e realizando sessões de Yoga Massagem Ayurvédica. Para os interessados entrem em contato para pegar o número em Salvador, para o agendamento.

Gratidão!!!


Purifique o corpo das toxinas nocivas


Yogananda

Texto: Yogananda
com comentários RiCáBarros

Três quartas partes do corpo compõem-se de água; portanto a exigência de água no organismo é bem maior que a de comida. (A morte pela sede é um sofrimento mais severo que a morte pela fome). é importante dar ao corpo bastante água. Beber sucos de frutas sem açúcar também é bom. Em localidades onde a água tem elevado teor de cálcio, o que favorece a arteriosclerose, o homem deve tomar sucos de frutas, além de comer frutas como melancia, melão e outras igualmente suculentas, além da água. Alguns pesquisadores na área da saúde afirmam, no entanto, que as pessoas que sofrem de sinusite não devem tomar sucos cítricos. Tome a decisão de beber bastante líquido (e eu não me refiro a refrigerantes e bebidas gasosas!), para eliminar as toxinas do corpo. Mas evite ingerir líquidos durante as refeições, pois  podem prejudicar a digestão. A tendência é engolir o alimento com a bebida, sem mastigá-lo devidamente. Quando os amidos não são parcialmente digeridos na boca, geralmente não são totalmente digeridos no estômago. É importante mastigar bem a comida - o estômago não tem dentes! comer depressa é prejudicial, principalmente se grandes quantidades de líquidos forem ingeridos durante a refeição, o que diluirá os sucos gástricos. Além disso, beber líquidos durante as refeições provoca tendência à obesidade. Relaxa a musculatura abdominal.

    É importante manter saudável a corrente sanguínea  Carne de boi e de porco podem lançar toxinas e micróbios no sangue. Os glóbulos brancos tentam destruir os micróbios, mas se estes forem fortes e os glóbulos brancos insuficientes para opor resistência, iniciam-se as reações tóxicas. Peixe, frango e carneiro são preferíveis às carnes bovinas e suínas, que produzem elevada acidez. 

- Prestar atenção neste ponto é muito importante pois as aves de granja são altamente maléficas a saúde por estarem impregnadas de substâncias nocivas como antidepressivos e antibióticos; as mares também encontram-se poluídos, portanto, galinhas caipira seriam a saída menos ruim dentre as alternativas para aqueles que consomem carnes. 
- Ingerir alimentos muito gordurosos também contribui para o empobrecimento do sangue, no que diz respeito a sua qualidade e limpeza. Esses alimentos acabam por lançar na corrente sanguínea partículas maiores e mais densas que podem obstruir o fluxo sanguíneo em determinadas áreas, "entupindo" assim capilares pequenos onde o sangue não conseguirá mais passar e com isso deixar de irrigar determinada área, causando vários problemas maiores. (RiCáBarros)

O princípio mais importante no que se refere à alimentação é evitar qualquer tipo de excesso. À medida que aprendemos o controle, tornamo-nos mais sadios. Costuma acontecer que o desejo de certo alimento é tão forte que nos achamos incapazes de resistir. Os sentimentos ordenam que comemos esse alimento, mesmo sabendo que será prejudicial. Se nos recusarmos a perpetuar os maus hábitos, vamos descobrir que acabaremos por não gostar do que faz mal e gostar do que faz bem. Os glutões empanturram-se e continuam querendo comer mais. Comendo desmedidamente, arriscam-se a forçar o funcionamento de um coração talvez já sobrecarregado há anos.

Numerosas pessoas, irrefletidamente, comem tarde da noite. Quase sempre o sono vem em seguida, quando então a máquina interna do homem diminui o ritmo de funcionamento. O alimento pode ficar no estômago sem ter sido devidamente digerido. Portanto, é imprudente comer imediatamente antes do repouso noturno.

     Porém, não há nada pior para o corpo ou para a mente do que as bebidas alcoólicas. Sob a influência do álcool, um homem é capaz de fazer coisas das quais se envergonharia se estivesse em seu juízo perfeito. Violência, ganância, cobiça por dinheiro e sexo, até homicídios pode resultar da embriaguez. A crença de que vinho, sexo e dinheiro trazem felicidade é, segundo os sábios, a principal ilusão a ser superada antes que o homem realize sua verdadeira natureza.

    O álcool aumenta a avidez do homem por dinheiro e sexo e, por esta razão, é o pior dos três males. É uma indulgência desnecessária e extremamente perigosa, porque embota a razão. Um indivíduo embriagado não é mais um verdadeiro homem. Esforçar-se por manter somente apetites normais é sinal de sabedoria. 

- A esta questão poderíamos adicionar as drogas como um todo, seja o álcool, a maconha, cocaína, heroína, LSD, ópio, crack, morfina, o cigarro e qualquer outra manifestação não citada porém existente; toda substância exógena que venha a assumir o lugar da consciência, que venha apagar a percepção até onde ela alcança e ampliar de forma ilusória essas fronteiras. Todas essas substâncias afastam o indivíduo de sua verdadeira estrada, da sua proposta inicial de vida.
- Escolher "isso" ou "aquilo" para a sua vida, seu consumo é a manifestação da sabedoria. Escolher pelo que as "coisas" ou essas escolhas podem somar na sua vida, na sua caminhada e não como sinal de posse, inserção em um grupo ou clã, ostentação de uma imagem ilusória ou mesmo afirmação de uma fantasia ou máscara pessoal impingida pelo momento social alienatório. (RiCáBarros) -  

segunda-feira, novembro 26, 2012

quinta-feira, novembro 22, 2012

logo conojaf/ba

Sexto Conojaf/Ba

Realização da Logomarca do evento.

Uma solicitação da Assojaf/Ba (Associação dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais/Bahia) para o seu sexto congresso.






sábado, novembro 10, 2012

Mundos Privados


"Disse Heráclito:

Os homens são tão esquecidos e descuidados
pelo que ocorre a seu redor
em seus momentos de vigília
como quando estão dormidos.
Tolos, embora ouçam
são como os surdos.
A eles lhes aplica o adágio
de que quando estão pressentem
estão ausentes.
A gente não deveria atuar nem pensar
como se estivesse dormido.
Os acordados têm um mundo em comum,
os adormecidos têm um mundo privado cada um. O que vemos quando
estamos acordados é a morte; quando estamos dormidos, vemos sonhos."


Heráclito aborda o problema mais grave do homem: que mesmo estando acordado, está completamente dormido. Está dormido quando dorme, mas também está dormido quando está acordado.

O que significa isto? Porque isto é o que diz Buda, o que diz Jesus, o que diz
Heráclito. Parece completamente acordado, mas é só aparência; no fundo de seu ser, o sonho continua. Inclusive neste momento está sonhando por dentro. Mil e um pensamentos seguem seu curso, e você não é consciente do que está ocorrendo, não é consciente do que está fazendo, não é consciente de quem é. Move-te como se move a gente em sonhos.

Certeza que conheceste a alguém que se move, faz tal ou qual coisa e depois
volta a ficar dormido. É uma enfermidade chamada sonambulismo. Muita gente se levanta da cama de noite; têm os olhos abertos, podem mover-se. Vão à cozinha, comem algo e voltam a meter-se na cama. E se os perguntas à manhã seguinte, não sabem nada do assunto. Como máximo, se se esforçarem por recordar, verão que tiveram um sonho essa noite, que sonharam que despertavam e foram a cozinha; mas foi um sonho, isso como máximo; inclusive isso resulta difícil de recordar. Muita gente cometeu crimes; muitos homicidas declaram ante o tribunal que não sabem nada, que não recordam ter feito tal coisa. Não é que estejam mentindo ao tribunal, não, os psicanalistas acabaram por descobrir que não estão mentindo, não estão tentando enganar; são absolutamente sinceros. Cometeram o homicídio, cometeram-no quando estavam profundamente dormidos como em um sonho. Este sonho é mais profundo que o sonho normal. Este sonho é como estar bêbado: pode te mover um pouco, pode fazer umas poucas coisas, pode também estar um pouco consciente... mas está bêbado. Não sabe o que está ocorrendo com exatidão. O que tem feito no passado? Pode recordá-lo exatamente, por que fez o que fez? O que te ocorreu? Estava alerta quando ocorria? Apaixona-te sem saber por que; põe-te de mau humor sem saber por que. É obvio, encontra desculpas; racionaliza tudo o que faz... mas a racionalização não é consciência.

Consciência significa que é completamente consciente de algo que esteja ocorrendo nesse momento. Você está presente. Se você estiver presente quando surge a ira, a ira não pode surgir. Solo pode ocorrer quando está completamente dormido. Quando está presente, inicia-se imediatamente uma transformação em seu ser, porque quando você está presente, consciente, muitas coisas simplesmente não são possíveis. assim, de fato só existe um pecado, que é a inconsciência.

O significado original da palavra pecar é faltar. Não significa fazer algo que está errado, significa simplesmente faltar, estar ausente. A raiz hebraica da palavra pecado significa faltar. Também ocorre em algumas palavras inglesas construídas sobre a partícula miss: misconduct, misbehavior. Faltar significa não estar aí, fazer algo sem estar presente: este é o único pecado. E a única virtude? Estar completamente alerta quando faz algo. O que Gurdjieff chama recordar-se da gente mesmo, o que Buda chama estar corretamente atento, o que Krishna-murti chama consciência, o que Kabir chamou surau: Estar aí! Isso é único, faz falta, e nada mais.


Osho - trecho do livro Consciência.

As raízes do sofrimento


O sofrimento é um estado de inconsciência. Somos desgraçados porque não somos conscientes do que estamos fazendo, no que estamos pensando, pelo que estamos sentindo... e por isso nos contradizemos continuamente, a cada momento. A ação vai em uma direção, o pensamento em outra, o sentimento está em outra parte.

Vamos fazendo pedaços, cada vez estamos mais fragmentados. Isso é o sofrimento: perdemos integração, perdemos unidade. Perdemos por completo o centro, somos uma simples periferia.

E naturalmente, uma vida que não seja harmoniosa está condenada a ser miserável, trágica, uma carga que terá que levar, um sofrimento. Quão máximo a gente pode fazer é conseguir que este sofrimento seja menos doloroso. E existem mil e uma classes de estorva dores.

Não só estão as drogas e o álcool: a religião também se utilizou a modo de ópio. Deixa às pessoas drogadas. E naturalmente, todas as religiões estão contra as drogas, porque elas mesmas se dedicam ao mesmo negócio; estão contra os competidores. Se a gente tomar ópio, pode ser que deixe de ser religiosa; pode ser que já não tenha necessidade de ser religiosa. Se já encontraram o ópio, por que teriam que incomodar-se com a religião? E o ópio é mais barato, exige menos compromisso. Se a gente usar maconha, LSD e outras drogas mais sofisticadas, é natural que não seja religiosa, porque a religião é uma droga muito primitiva. Por isso todas as religiões estão contra as drogas. A razão não é que estejam verdadeiramente contra as drogas. A razão é que as drogas são competidores e, é obvio, se se pode impedir que a gente use drogas será mais fácil que caiam nas armadilhas dos sacerdotes, porque essa é a única saída que fica. É uma espécie de monopólio: no mercado só fica seu ópio e todo o resto se declara ilegal.

A gente vive sumida no sofrimento. Só existem duas maneiras de sair dele: a
primeira consiste em converter-se em meditador: alerta, acordado, consciente... e isso é algo muito difícil. necessita-se coragem. A maneira mais fácil consiste em encontrar algo que te possa deixar ainda mais inconsciente do que já está, para que não possa sentir o sofrimento. Encontra algo que te deixe totalmente insensível, algo que te intoxique, algum anestésico que te deixe tão inconsciente que possa escapar a essa inconsciência e esquecer todas suas ansiedades, angústias e sem sentidos.

A segunda maneira não é a verdadeira. A segunda maneira só faz que seu sofrimento resulte um pouco mais confortável, um pouco mais suportável, um pouco mais cômodo. Mas não ajuda, não te transforma. A única transformação chega pela via da meditação, porque a meditação é o único método que te faz consciente. Para mim, a meditação é a única religião verdadeira. Todo o resto é um engana bobos. E existem diferentes marcas de ópio: cristianismo, hinduísmo, islamismo, jainismo, budismo... O recipiente é distinto, mas o conteúdo é o mesmo: todas lhe ajudam de algum modo a te adaptar a seu sofrimento.

O que eu me proponho é te levar mais à frente do sofrimento. Não há necessidade de adaptar-se ao sofrimento: existe a possibilidade de livrar-se por completo dele. Mas o caminho é um pouco difícil; o caminho é um desafio.
Tem que te fazer consciente de seu corpo e do que faz com ele...

Osho - trecho do livro - Consciência.

Mantra



AUM
PURNAM ADAH PURNAM IDAM
PURNAT PURNAM UDACYATE
PURNASYA PURNAM ADAYA
PURNAM EVA AVASISYATE
SHANTI SHANTI SHANTI

Aquilo é perfeito; isto é perfeito
Para fora daquela perfeição emana esta perfeição;
No oceano da perfeição surgem as ondas de perfeição;
Não obstante aquela perfeição nunca é perdida

PAZ BEM-AVENTURANÇA PAZ

Shanti    Ananda  Shanti



terça-feira, novembro 06, 2012

Yoga



A Palavra “yoga” vem do sânscrito yuj (união). No plano espiritual, significa união do indivíduo com o universo. Para o homem é a união dos corpos físico, mental, psicológico e emocional. O yoga é um dos  seis sistemas da filosofia Hindú. Entre os anos 5 e 2 a.C., um sábio chamado Patanjali agrupou toda a sabedoria popular do yoga em um livro chamado Yoga Sutras, que consiste em 196 aforismos ou sutras que cobrem todos os aspectos da vida.

Entre os tipos de yoga mais conhecidos fora de Ásia estão: 

  • Hatha Yoga. Em Sânscrito Ha é sol e Tha é lua. Ao unir o sol e a lua se cria equilíbrio, harmonia. Este tipo de yoga ajuda no equilíbrio do sistema nervoso e emocional, quando estimula os órgãos internos.
  • Kundaliní Yoga. É uma das técnicas mais poderosas. Atua facilitando o fluxo de energia no corpo (prána) e abrindo os pontos do corpo onde esta energia se concentra (chakras). Utiliza-se também da combinação de mantras e pranayamas.
  • Raja Yoga. Em Sânscrito, Raja significa real.  Raja Yoga ajuda a evocar a força da vida para equilibrar a mente e as emoções; isto conduz a meditação. 
  • Tantra Yoga. Foi um dos primeiros tipos de yoga, também ensinado – passado por Shiva para a humanidade elevar-se.  Tantra significa expansão. Este tipo de yoga ajuda a expandir os níveis de consciência para chegar a uma realidade suprema.  É um yoga espiritual.
  • Siddha Yoga. Também é yoga espiritual.  É o yoga dos sábios. Ajuda a se encontrar o poder interno.  Usa a meditação e ásanas, incorpora aspectos físicos, emocionais e espirituais. Linha utilizada pelo Budha - Siddharta Gauthama, para atingir a iluminação.
  • Mantra Yoga. Mantras podem ser palavras, frases ou sílabas  que ajudam a concentrar-se para abrir os chakras.  Este tipo de yoga ajuda a alcançar um estado de consciência profunda. Trabalha a eletricidade do corpo, ou seja, é essencialmente energética.
O yoga pode se dividir em oito aspectos:
Yama e Niyama. São códigos de conduta moral e social, já descritos acima.
Àsana. Ajustes delicados e conscientes de todas as partes do corpo em várias posturas, com a participação completa da mente, usando a atenção e o intelecto. É a composição da postura firme e confortável.
Pranayama. Regulação e controle da respiração. Controle do prána.
Pratyahara. Relaxamento. Internalização dos sentidos.
Dharana. Concentração.
Dhyana. Meditação.
Samadhi. É o último, é o estado de autorealização. É a busca do yogin, ultrapasar a meditação, ultrapasar Dhyana, atingir a iluminação.

Somente os quatro primeiros podem ser vistos, notados, os demais são individuais. No yoga os oito aspetos estão integrados na prática de ásanas e pranayamas. Esta prática é rotineira e nos ensina a nos concentrarmos naquilo que queremos; nos ajuda a distinguir o essencial do ilusório e a conseguir não só uma boa forma física, mas principalmente paz mental, claridade intelectual e estabilidade emocional.




Yoga e saúde



 A saúde não é só um estado sem enfermidade, mas é um estado de bem-estar físico, mental, emocional e espiritual. A doença pode estar latente ou interrompida, e apenas somos conscientes dela quando se mostram os sintomas, e quando estes aparecem apenas nos preocupamos em eliminá-los e esperar que apareçam outros e outros. A prática de yoga pode eliminar os sintomas, e sobre tudo ajuda a erradicar a enfermidade do corpo.

Os sistemas que podem ser tratados com yoga terapêutico são:

_ Esquelético e muscular. Artrites, ombro, cervical, dor lombar, hérnia de disco, nervo ciático pinsado, cifose, escoliose, lordose.
_ Circulatório. Problemas cardíacos, hipertensão, problemas circulatórios.
_ Digestivo. Acidez, flatulência, diabetes, colite, hérnia de hiato, má digestão.
_ Respiratório. Asma, sinusite, bronquite, rinite.
_ Nervoso. Dor de cabeça, ansiedade, estres aumentado.
_Reprodutivo. Desordem menstrual, displasia uterina, problemas da menopausa, TPM.
_ Imunológico. Reforça as defensas. Também existem estudos científicos nos EUA e França, que demonstram pacientes de AIDS terem melhorado sua qualidade de vida graças à prática diária do yoga.

A condição saudável do corpo físico passa por várias trocas diárias. Seja a trajetória da nossa energia no nosso próprio campo magnético, seja a troca inerente do contato com os campos magnéticos das pessoas com quem convivemos ou mesmo quando estamos em trânsito nas ruas, as trocas com os campos magnéticos dos passantes (que não conhecemos e não sabemos o que e como carregam nestes campos de energia).

A condição saudável ainda depende da qualidade do prána que manipulamos que absorvemos. Se tudo é energia e prána é a essência da energia, tudo o que existe é também prána, logo, toda forma de alimento são formas diferentes de prána. Os alimentos, o ar, a água, o som, os aromas, o éter (pensamentos, palavras), as secreções corporais (hormônios, emoções, excreções) todas são formas de prána e tudo começa na respiração. Observando a qualidade do ar respiramos, da água que bebemos, dos sons que ouvimos (músicas, mantras, palavras, ruídos), dos aromas que sentimos (cheiros e odores), a qualidade dos nossos pensamentos, das palavras que proferimos, observando as nossas emoções, cuidando das secreções hormonais, limpando o corpo por meio das excreções eficientes; tudo isso melhora a qualidade de vida, pois melhora a qualidade final do prána, melhora o resultado da composição energética destes elementos – você.

A diferença entre reconhecer estes elementos conscientemente como elementos que compõe o próprio indivíduo, sendo assim natural e normal o cuidado com tais elementos e o fanatismo cego de mistificá-los é o estudo do yoga e a compreensão clara e sincera da vida simples e completa.

Compreender e aceitar que precisamos sempre limpar, descartar, adaptar e refinar para melhorar não é ser melhor que o outro, mas entender que a partir desse momento você se torna responsável pelos seus atos apenas por ter consciência deles; assim temos a necessidade de sermos exemplo para que outras partes de nós mesmos (nossos semelhantes), possam também despertar.

A sinceridade e o compromisso com que nos dedicamos a nossa alimentação, a limpeza geral, aos ásanas, ao estudo aprofundado, as reflexões, mantras e a todo prána que cuidamos e absorvemos é diferencial para manter a harmonia interna e com isso a saúde.

A prática efetiva do yoga nos trás essa realidade, nos aproxima desta proposta.




quinta-feira, junho 28, 2012

Ora-pro-nobis

Nome científico: Pereskia aculeata

Nome popular: Ora Pro Nobis, carne de pobre, groselha de barbados, rosa-madeira.

Família: Cactáceas

Origem: Em regiões secas e quentes das Américas.

No Brasil se desenvolve bem: Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

A planta apresenta altos teores de proteína, de ferro e de fibras insolúveis; bons indicativos para complementar a alimentação de muitas pessoas de maneira saudável e nutritiva. Muito indicada para vegetarianos.

Uma alimentação rica em fibras pode prevenir diabetes, câncer de cólon, tumores intestinais, varizes e hemorroidas. Portanto, o consumo de ora pro nobis, pode ajudar a enriquecer de fibras a alimentação daqueles que cuidam do seu corpo de maneira saudável e preventiva.

Outra boa notícia é o fato desta planta apresentar um baixo teor de lipídios ou gorduras o que a transforma em um complemento alimentar de grande valia.

Resultados da Análise bromatológica dos teores de proteína e teor de ferro nas folhas e caules de Pereskia aculeata (“ora-pro-nóbis”):

                                  Folha           Caule

Matéria Seca Total (%)   14,55           14,99

Proteína Bruta (%)         19,67            9,56

Fibra Total (%)              29,62           48,25

Energia Bruta (kcal/g)      3,32             3,98

Fe (ppm)                    140,36            88,75


 

Valores Nutricionais  (por 100 g de parte comestível)

Calorias 26 k/cal

Glicídios 5,0 g

Proteínas 2,0 g

Lipídios 0,4 g

Cálcio 79 mg

Fósforo 32 mg

Ferro 3,6 mg

Niacina B3 0,5 mg



Fonte dos valores nutricionais: Tabela de composição dos alimentos – Guilherme Franco

 

Tem folhas lanceoladas, ou seja, semelhante à ponta de uma lança, e verdejantes (um verde forte e muito vivo, verde escuro), flores brancas e muitos espinhos (por isso recebe no seu nome o acrescimo - aculeata - ou seja, cheia de espinhos), sendo perfeitamente utilizada para a formação de cercas-vivas, vivendo bem tanto à sombra quanto ao sol. Propaga-se por estacas. Na cactácea, flores e folhas são comestíveis, além delas, a planta oferece frutos espinhosos de coloração alaranjada na maturidade. Ramos e caules são frequentemente verdes e fotossintetizantes, também recobertos por espinhos.

Suas folhas tem sabor semelhante ao do espinafre, do teor de proteína contido nas folhas, 85% deste está em forma digerível, portanto, facilmente aproveitável pelo organismo humano. Quando picadas, essas folhas exsudam uma espécie de visgo, semelhante ao do quiabo.

Podemos fazer uso para alimentação, tanto as folhas quanto as flores que podem ser ingeridas refogadas ou cruas; com a farinha das folhas desidratadas podemos fazer pães, tortas, suflês, biscoitos, bolos, etc. As flores são utilizadas em saladas, refogados, etc.

Por ser um vegetal rico em ferro, previne anemias.

As folhas secas podem substituir o orégano.

Outras riquezas da Ora pro nobis são: cálcio, magnésio, fósforo, vitamina C, vitamina A, triptofano (cérebro), lisina (crescimento), mucilagem (funcionamento intestinal).

A Farinha da folha

Para facilitar o armazenamento, a farinha é a melhor versão para o alimento, pois garante um maior período de durabilidade e utilização. Neste caso, a folha é lavada, escorrida numa peneira para retirar o excesso da água e depois colocada numa desidratadora ou estufa para secar, desidratar. No feitio caseiro, o forninho elétrico pode ser utilizado. Numa forma, esparramam-se bem as folhas que irão a 50 graus por 60 minutos.

As folhas secas vão para um triturador, que também pode ser substituído em casa pelo liquidificador. Para preparar 1 kg de farinha, são necessários 10 kg de folhas de ora-pro-nóbis.

Pão de ora-pro-nóbis

Ingredientes
1 kg de farinha de trigo

300 ml de leite

150 ml de água

50 g de folha de ora-pro-nóbis em pó (farinha)

3 gemas

1 e 1/2 colher (sopa) de fermento biológico seco

1/2 colher (sopa) de sal

1 colher (sobremesa) de açúcar

2 colheres (sopa) de manteiga



Modo de preparo

Coloque cada ingrediente, deixando a farinha por último. Misture bem. Sove a massa para ficar com boa consistência e bem homogênea. Na forma, deixe descansar até a massa crescer. Coloque no forno alto por 40 minutos.

Por fora ele fica menos verde do que a massa, mas por dentro fica com a cor da folha. Quem gosta do pão tradicional não vai estranhar muito e ao mesmo tempo está comendo um alimento mais nutritivo.






















































































Capuchinha

Nome Científico: Tropaeolum majus



Nome Popular: Capuchinha, chagas, nastúrcio, agrião-do-méxico, flor-de-sangue, flor-de-chagas, coleária-dos-jardins


Família: Tropaeolaceae


Divisão: Angiospermae


Origem: América do Sul


Ciclo de Vida: Bienal


A capuchinha é uma planta muito conhecida nas várias comunidades do mundo, como uma planta multifuncional. Pois, ela tem beleza, pode ser usada para decoração; e propriedades medicinais que lhe asseguram função de planta medicinal e valor nutricional. Atualmente, a sua utilização na culinária voltou a estar em foco. A capuchinha tem folhas muito arredondas e sem nenhum brilho. As flores podem ser simples ou dobradas de coloração amarela, laranja ou vermelha e dotadas de muito sabor. Este sabor é picante, suas flores ficam muito bem em saladas frias ou cruas, sucos e finalização de pratos. A floração ocorre na primavera e verão.







Ela pode ser plantada em vasos, jardineiras, canteiros e também fica muito bem em forrações. Se conduzida com suporte, torna-se uma bela trepadeira.

Para quem quer seguir a dica da reciclagem criativa e vida sustentável, a capuchinha é um alimento/remédio que pode estar presente no “muro saudável” (feito com garrafas pet ou latas penduradas em todo o muro ou parede). É uma alternativa para ter por perto essa e outras plantas medicinais necessárias para a manutenção da saúde. É à saída dos três “Bs” Bom, Bonito e Barato e é claro saudável e inteligente. Vale para todos aqueles que realmente têm compromisso consigo mesmo e com o planeta.





Planta que deve ser cultivada a pleno sol, gosta muito de luz e calor (elementos fundamentais para suas propriedades medicinais) precisa de terra fértil enriquecida com composto orgânico, com regas periódicas. Multiplica-se por sementes.



Valor Medicinal


Indicações: Afecções da pele, problemas digestivos (dispepsia), pulmonares, escorbuto, insônia, sistema nervoso central, psoríase.

Propriedades: Bactericida, digestiva, expectorante, sedativa, tônica, rica em vitamina C.

Partes usadas: Toda a planta com exceção da raiz.

Pode ser ingerida, como chás ou saladas e também pode ser utilizada para uso tópico como pomadas, géis ou banhos nos locais afetados diretamente.

Energeticamente tem a força do acalanto, do afago, aquela energia que conforta na hora do amargor da vida, das emoções que trazem as experiências de dor causada pela solidão, tristeza, desamparo ou falta de apoio.

domingo, junho 24, 2012

quarta-feira, junho 06, 2012

OM

O OM é considerado também o símbolo do Yoga sendo, por isso, entoado no início ou no final das práticas de Asanas e Meditação.



“Entoar o mantra OM libera o poder cósmico que está por trás de todas as energias (...) desperta a vibração do amor dentro de nós."

 Yogananda


 
por Swami Dayananda Saraswati



Essa sílaba única, Om, vem dos Vedas. Como uma palavra sânscrita, significa avati raksati - aquilo que lhe protege, lhe abençoa. Como se dá essa proteção? É um mantra e é um nome do Senhor. O nome do Senhor lhe protege através da repetição do próprio nome. Pelo nome você reconhece o Senhor. E, portanto, é reconhecimento em forma de oração. Sendo um mantra, ele é repetido, e, portanto, torna-se uma prece. O Senhor é o protetor e o provedor; aquele que abençoa é o Senhor; o Senhor é na forma de bênção. Repetido Om, você invoca o Senhor naquela forma específica. Então, dessa maneira, Om lhe protege. Portanto, ele é fiel a seu nome. É o Senhor que lhe protege, e não o som.
 
 
 
"Da mesma forma que a mesma fé vem no chamamento do nome de Jesus, o poder está na evocação com fé, respeito, sinceridade, pureza, certeza, simplicidade; ou seja, o que faz mesmo a diferença é a pessoa que chama, que entoa, a sua consciencia, a bagagem que traz dentro de si, todos os significados e significantes que o símbolo, a sílaba, o nome trazem para este consciente no momento do chamado." (RiCáBarros)



Entre o nome e o Senhor há uma ligação (abhidhána abhidheya sambandha). Um é o nome, o outro é o seu significado. A conexão é que você não pode repetir o nome sem o significado dele, se você o conhece. Uma vez conhecido o significado, este vem para sua mente, assim como a palavra. Portanto, não são duas ações diferentes. Não ocorre primeiro a palavra e depois de algum tempo o significado. Se você conhece o significado quando a palavra aparece na sua mente, no mesmo instante o significado está lá. Isso é possível somente quando ambos estão interligados. Essa conexão é chamada abhidhána abhidheya sambandha. E, por causa desse sambandha, o nome protege você, e o Senhor também.

O Senhor é Um, único, inteiro e não-dual. Isso é o que dizem os Vedas.


Om iti idam sarvam yat bhútam yat ca bhavyam bhavisyat iti

O que existia antes, o que existirá depois e o que existe agora.

Tudo isso, sarvam, é realmente Om. Tudo o que existe é Om. Tudo o que existiu é Om, e também tudo o que existirá depois, no futuro. Passado, presente e futuro, incluindo o tempo e tudo o que existe no tempo - tudo isso é Om. Aquele Om é Brahman. Portanto, o Senhor é não-dual, e esse não-dual é Um. A sílaba é também uma e não-dual, significando que tudo está dentro dela. E tudo está dentro de Om.

Portanto, é também uma contemplação. Pois, apesar de Om ser uma sílaba única, nela existe A, U e M. A mais U é O, um ditongo, e mais M é Om. Tem, portanto, três mátras, ou unidades de tempo. A é um mátra, U é outro e M mais outro. Brahman é sarvam (tudo) e também está na forma de três. Brahman em estado causal, como súkshma prapañcha, o mundo sutil, e o sthúla, o mundo físico. O corpo físico é chamado de sthúla, assim como o universo físico. Dentro desse corpo físico existe outro mundo. É o mundo do nosso prána que mantém este corpo vivo e inclui a mente e os sentidos. É sutil, pois está dentro desse corpo físico, não visível, mas sua presença não se perde. Portanto, o que mantém esse corpo vivo, sem o qual estaria morto, isso é súkhma. Quando sthúla e súkshma estão juntos, então existe vida. Quando súkshma não está presente, esse corpo físico fica inerte. Se Brahman, o Senhor, é tudo, então todo o sthúla prapañcha, o universo físico que inclui todos os corpos físicos, é o Senhor, e também o súkhma prapañcha, o mundo sutil, é o Senhor. Dessa maneira, temos o Senhor nos três níveis: no nível físico, sutil e causal. Na nossa vida diária também temos três estados distintos de experiência: o acordado, o sonho e o sono profundo. No sono profundo o indivíduo está na forma causal. No sonho você se identifica com o súkshma (sutil), sua própria mente. A mente está acordada e existe uma experiência de sonho e um mundo de sonho. E você ainda identifica-se com o corpo físico e tem então o estado acordado. Então temos três estados de experiência e três mundos. Isso constitui o indivíduo enquanto ser acordado e todo o mundo físico, o ser que sonha e todas as experiências sutis e o causal, no sono profundo. São três e completam tudo o que existe a nível indifidual e total.

O ser acordado e individual está incluído em Brahman, que é o total. Portanto, o indivíduo acordado e o mundo acordado é Brahman. Seu mundo acordado está incluído no mundo acordado total. Todo aquele mundo acordado está representado por A. E existe uma razão para isso, falada nos Shástras (Escrituras). A é a primeira letra (ou som) que é pronunciada quando se abre a boca, e, da mesma maneira, M é a última, quando se fecha a boca. U está entre os dois. A representa o acordado, do qual depende U. A torna-se U quando os lábios se fazem arredondados. U representa todo o súkshma prapañcha (mundo sutil), e M representa todo o mundo causal, pois tudo se dissolve em M.

Depois de fechar os lábios, de dizer M, você não pode dizer mais nada. A e U terminam em M, assim como no sono profundo os mundos físicos e sutil dissolvem-se. Portanto, A-U-M, Om e quando se pronuncia Om, tudo se dissolve em M. E, depois, tudo retorna, Om. A origem do retorno não é em M, mas sim no silêncio. A e U dissolvem-se em M, e em seguida o Om nasce do silêncio. Então, A-U entram em M, e M entra no silêncio. O silêncio não é A, nem U e nem M, mas está também incluído em Om. Ele é chamado de amátra. O silêncio que existe entre dois Om's é Brahman, em sua forma essencial, do qual depende Aum - Jágat, o estado acordado; Swapna, o sonho; Susupti, o sono profundo; o Sthúla prapañcha, o mundo acordado; Súkshma prapañcha, o mundo de sonho; e o Karana avasthá, o estado causal. Todos os três dependem do silêncio, que é Brahman, que é Chaitanya, consciência, Átman, Brahman. E é aquele mesmo que está nesses três. Portanto, todos os três vêm Dele, são sustentados por Ele e retornam para Ele mesmo. Aquele é Brahman. Portanto, Om iti idam sarvam: o Om é tudo. É uma sílaba e, ao mesmo tempo, contém tudo. É não-dual. Então, o Senhor é tudo. Todas as formas na criação são formas do Senhor. E todas as formas têm um nome. Imaginemos que queiramos dar um nome ao Senhor. Que nome deveria ser? Todos os nomes são nomes do Senhor. Então, qual nome que poderíamos dar? Quando digo cadeira, não é mesa; são diferentes. Suponhamos que cadeira é Brahman, e que mesa também seja Brahman. Então, qual o nome que daria ao Senhor? Deveria dar todos os nomes. Então, todos os nomes em qual língua? O Senhor é Um. Apesar de seu nome ter que incluir todos os nomes, ainda assim existe um nome de sílaba única que podemos dar a Ele. Este é Om. Em qualquer língua, todos os nomes estão somente entre dois sons. Isto dentro do ponto de vista puramente fonético. Se você abre a sua boca e faz um som, este é A. Não existe outro som que possa ser feito. Um indiano, um chinês, um noruequês, ou até mesmo uma pessoa de alguma tribo, todos dirão A. Então, feche sua boca e faça um som. Você terá MM. Tente fazer outro som depois de fechar a boca! Portanto, Am. Todas as palavras, em todas as línguas, estão entre A e M. Entre essas estão muitas letras que tem de ser levadas em conta. Todas as outras letras estão representadas por o que você produz quando arredonda os lábios e diz A. Você terá U. Junte A e U (em sânscrito) e você terá O; adicione M e terá Om. Todos os nomes, em todas as línguas, conhecidos e desconhecidos, estão incluídos entre A e M. Om iti idam sarvam. Portanto, Om é tudo e Om é também um nome fonético para o Senhor. Om não faz parte de uma língua específica. É fonético, além de qualquer língua. Portanto, Om é o nome para Brahman que inclui o silêncio também, o nirguna (sem forma) e o turíya (o quarto estado da consciência, que é a pura consciência). Aum é o turiya. Portanto, Om é considerado o mais sagrado e básico entre todos os nomes do Senhor.

Você pode fazer o japa de Om ou contemplar o Om. Om é o mantra do sannyási. Produz tyága vritti, uma tendência a abandonar tudo. É por isso que geralmente as pessoas não cantam somente Om. Sannyásins têm que cantar Om para não se envolverem. Outros não são incentivados a cantar para que não larguem tudo.

Geralmente, cantamos Om no início e no final de qualquer coisa.